domingo, 21 de novembro de 2010

areia

de repente, nos seus olhos.

eles eram pele, não eram olhos. eram a proteção de tudo que se sentia e que seria exposto por aqueles globos. mas mesmo abaixo daquela cápsula protetora, a expressão da tristeza ressurgiu, como de um mergulho, dos confins dos pensamentos.
a análise que fiz tinha que transcender à matéria de sua pele, pra entender de onde vinha essa onda, essa onda angustiante que nos abateu de repente. nos abateu porque me pareceu grande, dominadora, cheia de tentáculos essa tristeza, me agarrou com seus sete braços e parecia já ter te dominado anteriormente. me deixou muito preocupada. me deixou realmente intrigada em como podemos carregar todo esse peso. eu senti o seu peso. me parecia mais denso do que tudo que vi nessa vida. sua tristeza era uma areia movedissa da qual tive que me desfazer, me distraindo, pra não ser atraída e não saber mais o que é seu e o que é meu.
não sei o que é meu e o que é seu ainda, essa tristeza poderia estar bem era dentro da minha pele, enxarcando os meus globos, e tudo que vi foi uma imagem triste que crei pra justificar o que estava por dentro. pra tirar de mim o peso, o peso que me surpreendeu, a dor que na verdade era minha, mas por ser nova e não ser compreendida tinha que estar em você, e não em mim. poderia ser.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

umaidéiasobrenãosaber.

conhecer é voltar todos os dias pelos caminhos das memórias. é entender o que te fez tomar decisões e o porquê de fazê-las agora.
que andar é reconhecer. reentender a culpa, reencontrar o peso. é sentí-lo inteiro- o bloco da consciência- e saber esculpi-lo.
é não ter medo dos medos dos medos dos medos antigos. é rir deles. é uma ponte entre o capricórnio e o futuro leão ascendente. são os neurônios se encaixando. são os meios de compreender o mundo.
identificar-se. nos outros, nos fins, nos meios, mas principalmente na explicação de todos eles. na auto-explicação mora muita da culpa, não canso dela. canso e não descanso. não há descanso pro amontoado de eus que encontro a cada fenestra da roda














(viva).