segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

perpasso por entendimento

construo-me envolta aos mistérios da terra.
não sei de mim nem do outro. mas convivo cruzando os dois.
a felicidade é conquista diária, conquista da mente.
não sou o que era, e aceito a vinda de outros eus, não nado pra manter estática.
a passagem dos dias, a maré dos destinos, a descoberta dos amantes, a lógica instintiva da vida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

és um dos deuses mais lindos.

o tempo é o melhor dos guias.
o tempo mostra pouco a pouco como o que tinha de ser é.
como o que tinha de ser vai sendo aos poucos, se montando frágil
até que a hora certa pulsa
dentro do peito como um abrir de janelas
os olhos desassombram, os olhos dilatam sua pupila negra
pra que a luz entre, entre e clareie suas visceras, clareie seu ser por inteiro
porque este é o momento
é preciso ter calma e atenção
é preciso ter tato para não deixá-la escapar

o que havia de ser

sábado, 8 de outubro de 2011

sobre parar

minha mente gira atrás do rabo do corpo,
meu corpo não pára pra pensar.
minha mente corre de tanto não-entender
minha mente falha de tanto correr
a mente mente, a mente não pára, a mente engana, a mente esgana o que é flúido, o que corre descendo a correnteza límpida e natural, o que pulsa dentro das minhas veias.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

je farei un domaine

ainda estou inebriada pelas revelações que seus olhos me fazem constantemente:
somos outros além de nós, e senti isso na sua pele e na interpretação das suas expressões faciais. não tenho dúvidas, não questiono, não soube nem o que falar, porque nada disso era preciso, nem era possível.
e por sermos nós mesmos tantas vezes, tantos, ou nem tantos, reencontros, que nós sabemos.
sabemos que temos muito a crescer juntas, sabemos que temos que nos cuidar. eu cuidar de você e você cuidar de mim. pra que o nosso lugar esteja sempre seguro, para que nosso complexo completo não se despedace com as migalhas do mundo, nós juntamos pedaços, colamos um a um pacientemente, como se monta uma construção. mas uma construção com uma vida intrínseca, envoltório de sonho real, de luz, e simples, grande e principalmente de amor.
nós edificamos nosso jardim todos os dias.

braços dados ou não

não há inimigos ao redor
a não ser a sua própria mente
que mente, trai o que sente

quando esta já consegue perceber
que só há mãos estendidas
que não há fel nas palavras
que o abraço é um casulo de vida
e o amor vive dentro dos olhares,

podemos, enfim, envolver e ser envolvidos pela paz.

terça-feira, 3 de maio de 2011

"o revés de um parto"

a leveza leva à beleza

sábado, 2 de abril de 2011

"se nem for terra, se trans for mar"

é preciso tomar o veneno da raíz pra enxergar as folhas e os galhos, e o sol entremeando-se neles.
é preciso estar no subsolo para saber como subir.
muitas vezes não.muitas vezes sim. algumas são bem pontuais.
a escolha é simples, mantê-la é o desgaste.todos os segundos voltar-se pra um caminho, não esquecer do objetivo. mudar é mudar-se a cada instante. o movimento fluído das experiências não nos permite parar. também não o quero, não consigo. uma porta aberta nunca se fecha. viver é jamais retroceder.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

você tem sido, juntamento com todo o resto, uma mudança essencial. eu imagino a vida como uma linha torta que tem ramificações infindáveis, e você está no meio de uma dessas ramificações, como um momento decisivo, o tempo de uma respiração, pro começo de uma nova linha. o desconhecido é belo, inspirador.
você é só a felicidade em mim.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

bis é uma bolacha

frágil, inconstante, obviamente confusa, sem palavras certas, nem fortes,
sem opiniões formadas, só paradigmas quebrados
ridicularizo-me defronte à sabedoria
um pote aberto, cheio de ar, pronto a receber
há um hiato, um vão a ser preenchido.
Sou o nada hoje, esperando.
há por vir. esse é o único papel no pote. a única idéia na mente.
quando chegar saberei?
não será anunciado, como nada na vida é. tudo se descobre sozinho






um estalo de conclusão.

domingo, 2 de janeiro de 2011

morro e nasço tanto

morro e nasço tanto
recresço, revolto, acréscimo de vida a cada sim
e a cada não também entorto, quebro, me colo
je ne comprends pas, rien, rien
me abro, experimento, extremo, tremo no equilíbro
na esperança de um alinhamento que dizem que não chega
melhor viver buscando o nada que nada viver.