domingo, 25 de outubro de 2009

Surreal

música, som, sonho.
papo, parte, riso.
riso, fato, beijo.

ritmo estranho, combustível, não sentir nada além de uma onda de som, luz, abraço, todo o tempo do mundo estava ali e aproveitar era o artigo de uma lei que não seguimos porque era obrigatório, mas porque tudo ali nos obrigava a isso. tudo em nós nos obrigava.

quem é? onde vai estar? me toca pra ver se é verdade. me acorda quando o sol nascer, brilhando pra nós.
quem é? e não é por ser, mas por tudo, por ser também, som combustível do sonho.

riso, junto, rir junto, do que? de quem? de nós. do mundo que não sabe o que é viver. do tempo que passa. ó tempo, porque acabar?

estranha forma de vida, estranha vida nos leva, nos leva a estranhos caminhos, caminhos que não poderiam acabar.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Observando Hipócritas

agora mesmo estava pensando em alguma coisa que unisse todas as pessoas mais próximas a mim, alguma coisa em comum entre eles, que justificasse estarem todos aqui, juntos nessa vida. e não foi difícil encontrar resposta.
o que é frequente, presente em todos eles, é a crítica. esta pode ser de qualquer modo, mas tem que estar ali. antes de malucos, palhaços, músicos, artistas, bio(logos/químicos) desvairados, escritores... antes de mais nada, eles são críticos, esplendorosos espectadores das merdas humanas.
nós somos inquietos com a falta de vida, de sensatez, o autoritarismo, a submissão, incomodados com podridão. estamos observando hipócritas.
não importa se somos politizados ou não, mas a política está em tudo afinal, somos filhos dos que viveram de alguma forma as repressões do século XX e trazemos conosco algum resultado destas. cada um de um modo, recebe as informações do mundo e não se contenta com elas de cara.
o nosso humor muitas vezes é revolução, rimos das menores coisas enquanto o mundo se queixa das mesmas menores coisas e sorri amarelo pras verdades. então rimos destes hipócritas. muitas vezes nem nos damos conta, mas estamos fora disso. apesar de parecermos estar inseridos nessas "regras" da sociedade, não nos conformamos.
uns menos, uns mais, revoltamo-nos sem alarde, e temos sonhos. estamos propondo soluções sem perceber, estamos criando história dentro de nós. e eu sei que somos poucos, mas temos a criatividade de todo o resto.
inventamos bobagens porque sabemos que só o que existe é pouco.
nós não vamos nos adaptar. nós vamos "adaptar" o mundo.








(aos amigos e primos)
energia para o corpo, concentração para a mente,
vontade para os últimos meses, esforço pro que ainda falta.
do céu, da terra, das músicas, das letras, dos números, dos ciclos, das histórias, do âmago ou dos remédios pra garganta, por favor, de algum lugar, tragam isso pra mim.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

how deep is your soul?

talvez seja difícil pra você dizer, talvez seja difícil também não dizer.
mas sabe que precisa um pouco mais de você nisso. não só métodos e gentes dizendo pra cessar o silêncio. silêncio de idéias que sinto que todos compartilhamos, não há porque não reparti-las. mas eu te entendo: entendo como alguém que fala sem parar, e conta tudo; mas que imagina como seria se ficasse sem isso. é difícil.
pior mesmo é ver que há os que não apoiam, os que realmente deveriam entender. cada um tem suas limitações, eles têm as deles, nós temos as nossas, você tem as suas, cada um traz consigo um pouco do que não consegue.
deus está em todos estes erros, e fraquezas, está na força que move essa biologia que você tanto ama. esta força que você tem dentro de si.
puta! como eu vejo essa força exalando em cada sonho mirabolante, em cada determinação mais ferrenha! você sabe que pode, e porque não tenta dividir esse pesinho tão igual ao meu, ou ao de todos nós?
eu sei que vamos nos afastar ou não um dia, mas queria te mostrar algum caminho novo, alguma coisa antes não vista na sua vida. mudar um pouco o trajeto. eu sempre com essa pretensão de transformar.
eu não sei se você quer ser transformada, deixar o não-estar-afim, se mostrar além dos cadernos bem ilustrados, cantar música brega sim, porque ninguém paga suas contas, cadê você? quem é você?
e eu te peço, me fale sobre você.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Eu quero tudo que há"

provei um pouco do errado que há em mim. um errado que não tem pudor, que não sabe de si, não sabe que é errado. sabe, mas prefere a liberdade das escolhas inesperadas do que do caso pensado e destinado desde que nasceu. não é por mal, ele simplesmente é. me encontro em cada desvario, saio cada vez mais do que fui, pra me achar cada vez mais.
costuma-se ser bom por osmose, um bom que também não entende o que é bondade. costuma-se viver por osmose, sugando a água insonsa de cada acontecimento rotineiro e cheio de olheiras.
não sobrevive-se assim.
nunca vivi, nem nunca quero viver sem anseios novos, sem mudanças repentinas de trajeto, sem surpreender pessoas e a si mesmo. não sobrevive-se assim. não no nosso mundo, neste de tantas intenções, todos prontos pra jogar as fichas todas de uma vez. não temo naufragar, nem vou.
tenho um barco em meio a tempestade, que sente os pingos como se fosse a seiva do seu sustento e os trovões como se fosse música para o seu lazer. qualquer dia a calmaria vem, com um pôr de sol em degradês de vermelho, só com a dança das ondas. Mas, por enquanto, é este o dia, e é esta a hora.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Secret Heart


desejo o inalcançável, segredo o desejo.
admiração à distância, as conversas são próximas.
compartilhamos o mesmo ideal, nos entendemos, é muito real.
te vejo nos outros, te vejo e não enxergo.
só vejo você em você mesmo, e é isso que abala.
quem dera te encontrar em outros papos, em outras cordas de violão, pra não ter que segredar.
mas não acho.
você sabe que te admiro, admira de volta, mas não sabe o quão certo isso é.
risquei um plano, o secreto desejo vai se revelar
não sei se é inútil e que reação vai causar
só sei que o que digo é o que sinto, e que a verdade é forte.
como uma certeza, que dói de latejar.
minha rima é pobre, mas o amor e a irmandade superam, você há de concordar.