quarta-feira, 27 de outubro de 2010

as vozes não cansam.
as vozes não entendem o que deveras sentem.
mas estas fazem sentir.
e deve-se impedi-las antes que sintam por ti.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Há um espaço gigante dentro do meu corpo, que se mexe e me agita o tempo todo. Esse vazio é amor.

Esse amor-vazio, ou esse vazio-amor, só é preenchido com palavras, mesmo que vazias, mas vindas do interior de um outro corpo. Ou também por música: algum som que saia dessa bolsa de ar-amor que me preenche as entranhas, ou também algum outro que me entre pelos ouvidos, dê algumas voltas, mas que vá para o mesmo fatal destino.

Não sei especificar o gênero desse amor, nem quantificar em volume, de fato não sei nem preenchê-lo corretamente. Só sei que tenho que alimentá-lo com coisas abstratas, sem matéria, vagas como nós.

É grande e não é secreto, por mais que pareça. Secreto mesmo só pra mim, que ainda não o desvendei. O vazio se remexe em meus órgãos, sobe para os olhos em forma de água, sai pelas mãos em forma de abraço, ele está aqui, e é matéria. Contradição irônica dos seres. Totalmente previsível e, ao mesmo tempo, eternamente inexplicável.

sem nome

não sabe onde está. em que quadro da vida se posiciona. se é que existe quadro.

não se encaixe, não se enquadre. tente, pelo menos.

sua dor não é palpável, é só falta de caminho pra seguir.