segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Há um espaço gigante dentro do meu corpo, que se mexe e me agita o tempo todo. Esse vazio é amor.

Esse amor-vazio, ou esse vazio-amor, só é preenchido com palavras, mesmo que vazias, mas vindas do interior de um outro corpo. Ou também por música: algum som que saia dessa bolsa de ar-amor que me preenche as entranhas, ou também algum outro que me entre pelos ouvidos, dê algumas voltas, mas que vá para o mesmo fatal destino.

Não sei especificar o gênero desse amor, nem quantificar em volume, de fato não sei nem preenchê-lo corretamente. Só sei que tenho que alimentá-lo com coisas abstratas, sem matéria, vagas como nós.

É grande e não é secreto, por mais que pareça. Secreto mesmo só pra mim, que ainda não o desvendei. O vazio se remexe em meus órgãos, sobe para os olhos em forma de água, sai pelas mãos em forma de abraço, ele está aqui, e é matéria. Contradição irônica dos seres. Totalmente previsível e, ao mesmo tempo, eternamente inexplicável.

2 comentários:

  1. Essas palavras "marinítimas" me tocaram o peito em cheio, como se eu fosse empurrada para o mar de Santos no meio da noite escura da alma, mas pudesse ver os peixinhos bailando ao som das ondas...como se eu voltasse a ter os meus "quinze-anos-de-pura-poesia-de-drummond" e estivesse diante do Colégio Canadá, com aquele caderno de lembranças e poesia de amigas...que coisa incrível que é crescer, mas mais incrível ainda é ver filho crescer e escrever...me plenifico de orgulho e emoção e digo:"- GENTE!! É MINHA FILHA!!" te amo muito e sempre...

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  2. Ai, minha menina.

    Você tem o necessário. Você tem tudo o que você precisa. Como um quarto bagunçado, sabe? A gente sabe que tem tudo lá, só não encontra exatamente quando precisa. Encontra depois, quando já não está mais procurando...

    Eu queria poder te ajudar a procurar ai dentro, viu?

    Um abraço apertado, mulher da minha vida.

    Amo você.

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