quinta-feira, 26 de abril de 2012
meninas-flores
Flores espinhosas, cactus inebriante da sede, da sede de saciar fome, da fome de saciar sede.
Do recheio suculento que me falta e que me dás, voraz. Me faz - voraz.
Ante o tudo, o que me falta é nada. De nada falta, faltas tu, dentes fortes, cactus pontudos, agudos a me perfurar a pele, a desconjurar os ânimos, a me rasgar por dentro, dilacerar meus seios, romper minhas fibras, me olhar calma, os batimentos, examinar, cálida- e calada- os meus defeituosos ritmos cardíacos: arritmoso tempo.
Depois destes atos, flor, tu me beijas o coração, beijas com vontade o órgão vermelho e me tomas inteira, me tomas o todo, encarna os pedaços, desmonta os laços, me deixa perdida, me perde por fim, me caem os cabelos, me fecha a ferida, cicatriz na partida, te dou minha mão.
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você tá escrevendo tão bem, má. tá tão apaixonante!
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