domingo, 24 de junho de 2012

centro

queria escrever tudo pra fora, mas o que está dentro só me faz ficar aqui, confortável. estou revendo o ser e o estar, revendo corpo, forma, tato, revendo o respirar. impossível gritar agora. agora tudo é silêncio grande. não quero engolir informações, quero terminar a digestão. elas estão no intestino. estão descendo. o mundo me apressa lá fora, ou será um eco enorme do que está aqui dentro. quem apressa? quem acelera meus batimentos além de mim mesmo. o cérebro respira e grita ao mesmo tempo.
olhar tudo tão calmo, olhar a paz que vem assentando nos seres e nos estares, nas salas de estar, nas mãos estendidas. no som da rua. no som, os sons. toda essa calma me fez parar, aquietou as falas, os tambores que agitam com o vento. os tambores cessaram, os agudos ruins. quero embalo da batida, quero fluxo.

2 comentários:

  1. talvez toda essa inquietude já seja todo o embalo. as vezes queremos o que não somos e esquecemos de que isso não nos cabe. o mundo não apressa ninguém. Tempo? mera invenção para os conformados...

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  2. ando me sentindo exatamente assim.

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