quinta-feira, 31 de maio de 2012

flor do asfalto

o medo bloqueava. o medo não existe mais. o meu deu lugar a um espaço vazio, pronto para ser preenchido pelo todo. e o todo vem, vem pulsante, vem arrebatando meu peito, o nosso peito, a nossa mão dada, o todo envolve nosso ser, o todo é parte de tudo, o todo está em mim, está em você.
o medo deu lugar ao todo. o medo foi importante sim. o medo fez crescer, fez sentir um todo mais consciente. mas o medo não deve ficar. a destruição vem para tudo renascer. o não vem para o sim. o caos, o vazio antigo, a morte, a morte. morte do velho, nasço o novo em mim. nasça, floresça nisso tudo aqui em volta do meu ser, cresça ramos floridos entre meus dedos dos pés. os ramos me envolvem, sinto afago da terra.
antes o que era terra morta, terra morta foi adubo da flor que nasce.
não tem nada que segure a flor no asfalto, ela rompe como disse carlos, ela rompe a pedra dura do ódio e do pesado passado, a flor rompe, dilacera a mágoa em pedaços ínfimos de nada, o nada se torna vento, voa.
flor de chão, amarre-se aos meus pés, envolva-os. quero levá-la comigo e além.

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