quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Tira a prática/ De sermos um pouco mais de nós.

E ela não sabe jogar. Nunca soube elaborar estratégias, nem códigos do truco, nem resolver problemas de física, nem binômios da matemática. Ela sabe por intuição, um instinto vital que a leva às ações inesperadas, aos sucessos e fracassos. Ela não sabe se esconder, não sabe planejar. Apesar de sua ascendência tentar arduamente, ela não sabe prever. Não se controla, e até sofre por isso. Mas é contra sua natureza, seu fluído quente e vermelho, que pulsa vida, jorra palavras e emoções intensas. Ela mesma se contradiz, quando aparenta o frio, quando não mostra tudo, se frustra por não ser percebida sua verdade.
Sua verdade explode em dúvida, e é do seu relativo que nasce o absoluto. Há uma gangorra que se alterna, entre um cérebro cinzento e um músculo involuntário de cor vibrante. "Maybe I´m
so out of luck, maybe I just feel too much", eles pensam. Talvezes tão frequentes, e tão inúteis, se esvaem diante de pouco, priorizando o que nasce espontaneamente.
Que isto tudo a afeta é fato, agora façam-lhe o favor, de embrulhá-la em afeto, de envolvê-la em raspas e restos que lhe interessam, de pequenas porções de ilusão, que a mantenham longe da lógica, mais perto de seu próprio pulsar.

2 comentários: